Próximo à cidade de Munique fica Dachau, uma pequena cidade onde foi construído um dos principais Campos de Concentração utilizados pelos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial, o Campo de Concentração de Dachau.
Aproveitamos que estávamos em Munique e fomos visitar. O Campo de Concentração fica a aproximadamente 30 Km do centro de Munique.
Na chegada, passamos no centro de informações para pegar os Áudio-guias. Eles custam 3,50€ e estão disponíveis em português e mais 12 línguas.
Alugar o áudio-guia é importante para guiar a sua visita e para escutar algumas informações importantes. Por todo o campo existem placas informativas, mas mesmo assim, eu aconselho usar o áudio-guia. Junto com o áudio-guia, vem um mapa do campo.
Um pouco sobre a história do Campo de Concentração de Dachau
O Campo de Concentração de Dachau foi importante porque além de ser um dos maiores campos de concentração nazistas, foi o primeiro a ser construído, apenas 6 semanas após Hitler ascender ao poder.
Antes de virar um campo de concentração, o local era uma fábrica de pólvora. Em 1933, os nazistas transformaram o local no Campo de Concentração de Dachau. Ele era, inicialmente, destinado a presos políticos.
Esse foi o primeiro campo projetado pelos nazistas. O Comandante Theodor Eicke foi o responsável pelo projeto, e o campo serviu de modelo para a construção de outros campos. Alguns comandantes passaram por Dachau para aprender como comandar um campo de concentração, entre eles está Rudolf Röß, que esteve em Dachau em 1935, e em 1940 passou a comandar o campo de concentração de Auschwitz.
Cerca de 200.000 pessoas ficaram presas em Dachau, e desses 41.500 morreram. Esse é o número que se tem registrado, mas estima-se que ele seja muito maior, pois os prisioneiros que morreram na marcha da morte, ou durante o transporte para outros campos de concentração, não fazem parte desses números.
No início, os mortos eram entregues à família, para que os enterrassem ou eram enterrados nos cemitérios próximos. Mas com o início da guerra e a chegada de mais prisioneiros, foi construído um crematório, para que as mortes fossem mais discretas.
O campo de concentração chegou a ter uma câmara de gás, mas não há registros de que ela foi utilizada.
Em 29 de abril de 1945, a 42ª Divisão de Infantaria do Exército dos Estados Unidos libertou o Campo de Concentração de Dachau. Os soldados americanos encontraram 39 vagões de trem com muitos corpos. Os prisioneiros tinham sido transferidos de Buchenwald, outro campo de concentração, para Dachau e a maioria tinha morrido de fome durante a viagem, e o restante foi abandonado dentro dos vagões.
Quando o Campo de Concentração de Dachau foi libertado, encontrava-se nele cerca de 32.000 prisioneiros ainda vivos.
Como foi a visita ao Campo de Concentração de Dachau
Demoramos cerca de 4 horas para visitar o Memorial. Aconselho separar meio período para realizar a visita.
Na entrada do campo, encontramos os trilhos que chegavam os trens transportando os prisioneiros.
No portão está a frase: “Arbeit macht frei” (O trabalho liberta), que era encontrada em todos os campos de concentração.
É possível visitar a parte onde ficavam os barracões, a câmara de gás, o crematório e onde funcionava a parte administrativa do campo, que hoje funciona um memorial.
Começamos pela parte onde ficavam os barracões. Eles foram todos destruídos depois da guerra, apenas 2 foram reconstruídos para servirem de exemplo. O restante existe apenas uma marcação no chão, representando onde eles ficavam.
Nos primeiros barracões estão representados os dormitórios, banheiros e lavatórios. Tudo foi reconstruído próximo ao original.
Para andar por essa parte, é necessário caminhar pela Lagerstraße. Que era a rua principal do campo.
Na parte de trás, no final da Lagerstraße, ficam alguns memoriais, a capela católica, capela ortodoxa russa, memorial judaico.
Para o lado esquerdo, encontramos a câmara de gás e o crematório.
O prédio era composto de 3 salas, a primeira era uma espécie de sala de espera, onde os prisioneiros eram obrigados a se despir. A segunda era a câmara de gás e a outra, o crematório, onde ficavam os fornos que os corpos eram queimados.
Depois dessa parte, fomos para o memorial. Nele está a história da construção de Dachau, como o campo funcionava, informações sobre como era o dia-a-dia dos prisioneiros e além disso, o áudio-guia conta para que cada sala do prédio era utilizada.

Carrinho onde eram carregados os corpos no Campo de Concentração Dachau

Objetos que pertenceram aos prisioneiros do Campo de Concentração Dachau
Tem uma sala onde é mostrado um documentário sobre a libertação do campo. O filme é exibido em alemão e inglês. Na entrada da sala fica uma placa com os horários em cada língua.
Sensações de visitar o Campo de Concentração de Dachau
Quando chegamos ao campo, o meu primeiro pensamento foi sobre o frio. Estava fazendo 1°C e um vento absurdamente frio. Não pude deixar de pensar como os prisioneiros sobreviveram ali, principalmente no inverno, com pouquíssimas roupas.
Quando saímos do campo, estava nevando e o frio era ainda mais intenso.
É um lugar muito triste, onde tudo é cinza. Mas acho necessário conhecer, saber o que aconteceu, como foi escrita, com atitudes brutais, essa parte da história tão cheia de maldade.
Na minha opinião, nossa mente muitas vezes não é capaz de imaginar tanta crueldade. Logo, essa geração que sofreu tanto e sobreviveu, não estará mais por aqui para contar essa história. Então, a existência desses locais é fundamental para as próximas gerações saberem o que o ser humano foi capaz de fazer.
Claro que essas visitas provocam fortes sensações, é muito triste caminhar por lugares onde houve tanto sentimento, onde tanta gente morreu. Mas acredito que, saber a história de alguém que sofreu durante a 2ª Guerra Mundial, é a minha forma homenageá-la.
Mais fotos do Campo de Concentração de Dachau
Informações sobre o Campo de Concentração de Dachau
Site oficial do Memorial do Campo de Concentração de Dachau
Horários de funcionamento: Aberto diariamente das 9 às 17 horas.
A entrada é gratuita.
O valor do áudio-guia é de 3,50€.
No Centro de informações existe também uma cafeteria e uma livraria, onde encontra-se livros, filmes e outros produtos relacionados a 2ª Guerra Mundial.
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15 Comments
Horst Brandau
17 de junho de 2017 at 15:12No Campo de Dachau não existe uma igreja Evangélica Luterana ,além das duas citadas ?
Aline Dota Naganawa
20 de junho de 2017 at 08:32Olá, sim existe!
Adriana
1 de julho de 2018 at 07:06Oi! Como vc foi de Munique para Dachau ? É facil pegar ônibus ou trem? Vc sabe o valor? Obrigada
Aline Dota Naganawa
3 de julho de 2018 at 19:20Olá, fomos de carro.
No site do memorial tem as orientações para ir de transporte público: https://www.kz-gedenkstaette-dachau.de/directions.html 😉
Thatiane
12 de dezembro de 2018 at 01:40Olá, em qual data vocês foram? Vou no final de março/19.. estará muito frio?
Aline Dota Naganawa
13 de dezembro de 2018 at 11:25Olá, fomos em janeiro. Março ainda é um pouco frio.
Boa viagem!
Anderson campos
28 de agosto de 2022 at 08:57Me interesso muito pelas histórias da segunda guerra gosto de estudar ver filmes acompanho muita coisa sobre isso se eu tivesse condições digo recursos de dinheiro ia viajar e visitar cada um deles e aperfeiçoamento os estudos para poder passar conhecimento adiante sobre a história da guerra
Silvandira
20 de maio de 2019 at 10:38Olá! lí o livro Dachau, quero conhecer este lugar, vou pra Munique em Junho /19 como você disse até pra homenagear os que por ali passaram , um lugar triste, creio que pra refletirmos e orarmos.
Gostei muito do seu blog, parabéns!
Aline Dota Naganawa
28 de maio de 2019 at 13:44Muito obrigada Silvandira e uma excelente viagem!! 🙂
Roberto Nunes
7 de julho de 2019 at 15:32Estarei em Munique de 31/08/19 a 05/09/19, como está a temperatura nesta época?
Aline Dota Naganawa
10 de julho de 2019 at 03:59Esse período é inicio de outono, ainda com temperaturas agradáveis durante o dia e um pouco mais fresco pela manhã e noite. Aconselho que acompanhe a previsão do tempo até dias antes da viagem 🙂
Dora Guerra
12 de agosto de 2019 at 06:40Obrigada pelo esclarecimento. Tinha dúvidas relativamente à possibilidade de ir de carro, ao preço dos bilhetes e à existência de áudio guias.
Estamos a caminho de Munique e queremos, também, visitar o Campo de Dachau.
Também adoro viajar!!!
Boas viagens!
Aline Dota Naganawa
12 de agosto de 2019 at 12:18Olá! Façam uma excelente viagem! 🙂
paulo sergio da silva
14 de abril de 2020 at 18:24muito bom os esclarecimentos e as informações. Sou fascinado pela história da 2ª Guerra Mundial. Planejo futuramente visitar os campos de concentração.
Aline Dota Naganawa
20 de abril de 2020 at 08:05É uma experiencia triste e ao mesmo tempo inesquecível